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Síndrome do Intestino Irritável.

A SII é definida como uma desordem funcional recidivante do intestino classificada por meio de critérios que excluem causas orgânicas (patologias).

Desconforto ou dor abdominal, alteração no padrão das fezes e alívio ou piora da dor/desconforto no ato da evacuação, variações no hábito intestinal, apresentando diarreia, constipação ou períodos de alternância entre constipação intestinal e diarreia.

TGI superior como dispepsia, disfagia, dor torácica não cardíaca e náuseas também podem ser observados nos indivíduos com SII. Distúrbios não relacionados ao TGI, tais como dor pélvica crônica, desordem da articulação temporomandibular, fibromialgia e síndrome da fadiga. Comorbidades psiquiátricas como ansiedade, depressão e transtorno somatoformes são frequentemente associadas à SII e requerem atenção médica adicional.

O quadro sintomático apresentado por esses pacientes não é específico da SII. Para diferenciar a SII de sintomas intestinais eventuais, os especialistas precisam determinar o caráter crônico e recorrente desses sintomas utilizando critérios diagnósticos que considerem a frequência de aparição dos sintomas e a sua duração.

O critério ROMA IV, na ausência de patologias intestinais, a SII é definida quando o paciente apresenta no mínimo um episódio de dor abdominal mais de um dia na semana nos últimos 3 meses, associado a 2 ou mais das seguintes alterações:

· Melhora ou piora da dor relacionada à evacuação

· Mudança na frequência das evacuações

· Alteração na aparência das fezes

Ter sido percebido pelo menos 6 meses.

Classificações:

· SII com constipação (SII-C)

· SII com diarreia (SII-D)

· SII com hábitos intestinais mistos (SII-M)

· SII não classificada (SII-NC)

Subclassificação:

(i) Sintoma predominante:

· Disfunção intestinal

· Dor

· Inchaço

(ii) Fator precipitante:

· Condição pós-infecciosa ou SII pós-infecciosa (SII-PI)

· Indução por alimentos ou refeições

· Estresse

Pode ser utilizado um questionário específico validade, o Questionário de Escala de Classificação de Sintomas Gastrointestinais – SII



PREVALÊNCIA NA POPULAÇÃO:

10-15% da população da América do Norte, 21% da população e no Brasil aproximadamente 10-15% da população. Prevalente em indivíduos do sexo feminino.

O subtipo SII-C parece ser mais frequente nas mulheres enquanto o SII-D é mais comum em homens.

Críticos: tipo 1,2 e 3 correlacionam-se com tempo de trânsito intestinal mais lento, enquanto os tipos 6 e 7 caracterizam tempo de trânsito rápido.


DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE DOENÇAS:

Os sinais de alergia incluem: sangramento retal, perda de peso não intencional, anemia, sintomas noturnos e história familiar de neoplasia colorretal, doenças inflamatórias intestinais (DIIs) ou doença celíaca (DC)

Se houver sinais de alerta, para a conclusão do diagnóstico definitivo da SII, deve-se descartar DC, retocolite ulcerativa (RCU), doença de Crohn, distpurbios hormonais sistêmicos (como disfunção tireoidiana), colite microscópica, câncer de cólon e/ou câncer pancreático e doenças associadas à má absorção (intolerância aos carboidratos e má absorção de ácidos biliares).

A dosagem sérica da PCR e a avaliação de calprotectina fecal podem ser úteis para o diagnóstico diferencial de SII e DII

Efeitos benéficos da suplementação de probióticos na sensibilidade visceral, na permeabilidade intestinal e na inflamação evidenciam o papel da microbiota intestinal na SII.


INFLAMAÇÃO DE BAIXO GRAU PERSISTENTE DA MUCOSA INTESTINAL E ATIVAÇÃO IMUNE:

A inflamação pode surgir do comprometimento da barreira epitelial, alterações pós-infecciosas, disbiose e níveis de estresse elevados, que estimulam respostas imunológicas exacerbadas.

O comprometimento da integridade da barreira epitelial e da microbiota intestinal provavelmente é causa da ativação da resposta imune inata na mucosa intestinal, resultando em aumento da permeabilidade epitelial, ativação de vias sensoriais nociceptivas, e desregulação do sistema entérico (SNE)


ALTERAÇÕES NA MOTILIDADE INTESTINAL:

Alterações da motilidade, agravadas pelo estresse mediado pelo eixo intestino-cérebro.


FISIOPATOLOGIA DA SII:

Condição sejam conhecidos, tais como predisposição genética, hipersensibilidade visceral, intolerâncias alimentares, alterações no eixo intestino-cérebro, dismotilidade intestinal, disfunção da imunidade inata e disbiose.


MÁ ABSORÇÃO DE ÁCIDOS BILIARES:

Indivíduos com SII-D apresentam má absorção moderada de ABs. O excesso de ácido biliar apresenta diversos efeitos sobre o cólon: aumenta a secreção de água e eletrólitos, acelera o trânsito colônico e estimula as células enteroendócrinas.


INFLUÊNCIA DA DIETA:

A patogênese da SII em muitos aspectos, tais como fisiologia, motilidade, permeabilidade intestinal, sensibilidade visceral, interações cérebro-intestino e regulação neuroendócrina.

Como gatilho para desencadear ou piorar os sintomas de SII são: leite, produtos de trigo, alimentos gordurosos e fritos, alimentos e bebidas contendo cafeína, vegetais específicos (repolho, cebola, ervilha/feijão), temperos quentes e álcool.



ALTERAÇÃO NO EIXO INTESTINO-CÉREBRO:

A incidência de transtornos de humor e de ansiedade após o início d SII é de cerca de 40% e 23% respectivamente.


ESTRESSE:

A SII é considerada uma desordem sensível ao estresse. Alteração da motilidade do TGI, aumento da permeabilidade intestinal, aumento da sensibilidade visceral e alterações da resposta imune e da composição da microbiota intestinal. Citocinas pró-inflamatórias, como; il-6 E il-8, LIBERAÇÃO DO FATOR DE LIBERAÇÃO DE CORTICOTROFINA, HORMÔNIO ADRENOCORTICOTRÓPICO E CORTISOL, CONSEQUENTEMENTE AFETAM A HOMEOSTASE INTESTINAL.

Fatores psicológicos, incluindo abusos (físicos, sexuais, verbais e adversos), distúrbios de estresse pós-traumático e somatização também estão provavelmente envolvidos na interação intestino-cérebro e, portanto, na patogênese da SII.

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